(Foto: Jales Valquer/ Agência Lancepress) |
Parecia um passado bem mais distante. Cuca, com sua calça vinho, vibrando a cada gol com a torcida do Palmeiras no Allianz Parque, em festa. Foram quase seis meses de separação, depois do título do Campeonato Brasileiro de 2016 até o reencontro da tarde deste domingo, na primeira rodada de nova edição da Série A. Pior para o Vasco da Gama, que foi de protagonista a figurante na partida que terminou com goleada alviverde por 4 a 0.
Com Cuca, os dias eram assim: agressividade para marcar o adversário, pressão, entrega e movimentação. E voltaram a ser logo com cinco minutos de jogo, enquanto os torcedores praticamente uniformizados com suas calças na cor vinho ainda se acomodavam. Duas roubadas de bola no ataque, infiltração de Dudu e pênalti cometido por Jomar. Jean, homem de confiança do técnico, abriu o placar.
O Vasco, que se reencontrou com a elite do futebol nacional neste domingo, usou seus cinco jogadores de meio de campo para lembrar que os dias do clube já foram assim: toques de classe, sempre com Nenê e Douglas, chegadas fortes pelas laterais e o domínio da partida. O Palmeiras marcava mal, mas contava com Fernando Prass para se manter impune em pelo menos três finalizações.
E se um povo sem memória é um povo sem futuro, Cuca sabia que era preciso mexer. Tchê Tchê foi para a lateral direita e Jean, como o treinador já havia sinalizado na última sexta-feira, foi para o meio. A marcação melhorou e o camisa 2 sentiu-se ainda mais à vontade em campo, até soltar pancada e ver Guerra ampliar aos 40 minutos.
No segundo tempo, a revolução de Cuca foi ainda mais profunda. Não havia mais esquerda ou direita para os pontas. E a solidariedade prometida a Borja foi consumada. O martírio do colombiano foi zerado antes do primeiro minuto, depois de cinco jogos sem marcar, após cruzamento de Tchê Tchê. Tornou-se herói, aos 34, em novo pênalti de Jomar sobre Dudu, cobrado com raiva pelo novo camisa 9 alviverde.
A derrota foi dolorosa para os vascaínos, que sofreram com velhas mazelas de um elenco desequilibrado. Um bom meio de campo que cansa e peca na recomposição. Uma dupla de zaga confusa e limitada tecnicamente, aliviada por milagres de Martin Silva e chances perdidas pelos palmeirenses. O passado turbulento atormenta o Vasco. O futuro nostálgico com Cuca empolga o Verdão.
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 4 X 0 VASCO
Local: Allianz Parque, São Paulo (SP)
Data-Hora: 14/5/2017 - 16h
Árbitro: Rodolpho Toski Marques (Fifa-PR)
Auxiliares: Bruno Boschilia (Fifa-PR) e Victor Hugo Imazu dos Santos (PR)
Público/renda: 33.425 pagantes/R$ 2.109.685,93
Cartões amarelos: Douglas e Jomar (VAS)
Cartões vermelhos:
Gols: Jean (6'/1ºT) (1-0), Guerra (40'/1ºT) (2-0), Borja (1'/2ºT) (3-0), Borja (34'/2ºT) (4-0)
PALMEIRAS: Fernando Prass; Jean, Mina, Edu Dracena e Zé Roberto; Felipe Melo, Tchê Tchê e Guerra (Róger Guedes, aos 35'/2ºT); Willian (Fabiano, aos 19'/2ºT), Dudu (Keno, aos 35'/2ºT) e Borja. Técnico: Cuca.
VASCO: Martín Silva; Gilberto (Bruno Gallo, aos 25'/2ºT), Jomar, Rafael Marques e Henrique; Jean (Paulo Vitor, aos 11'/2ºT), Mateus Vital e Douglas, Yago Pikachu, Nenê e Luis Fabiano (Kelvin, aos 16'/2ºT). Técnico: Milton Mendes.
Por ; Lucas Leal/Msn
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